antes de tudo





De volta às palavras, mas ainda sem entender porque fiquei em silêncio literário por tanto tempo. Para quem escrevia compulsivamente, publicando tudo ao mesmo tempo, diria que me tornei quieta e meditativa. A pandemia, agora distante, me obrigou a visitar meus aposentos sombrios. Exagero? Sombrio talvez não seja o termo. adequado. Digo que a solidão da pandemia me revelou que sou o que nunca percebi ao claro dia. Sou introspectiva e um tanto antissocial, mas sempre de forma positiva, se me é possível colocar dessa forma. Sempre que alguém se declara introspectivo ou averso ao abuso da convivência social, levanta-se a suspeita de que exista arrogância contida. Não é arrogante aquele que se cala para ouvir a si mesmo. Pense comigo: como é possível ouvir o que temos a nos dizer se estamos, a todo instante, envoltos na tagarelice do mundo? Não há chance. Para que alguém se ouça, verdadeira e honestamente, se faz necessário um ou dois passos para trás, ouvidos bem abertos e muito cuidado para que o Ego não seja empecilho no diálogo interno. Digo sempre aos amigos mais íntimos (dois ou três/sou de poucos) que estou num período de me conhecer de verdade, de novo e pela primeira, como nunca ousei fazer. Por ser complexa, assim como todos os humanos que buscam mergulhos existenciais, necessito estar em silêncio para me ouvir. Minha busca é baseada em compreender minhas sombras para, um dia, ter sabedoria e não fechar os olhos diante da luz. 






isto não é um recomeço 
prefiro seguir adiante 
nem que para isso 
eu tenha que buscar no passado 
o que me pertence desde o princípio

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