novela, novelo, todo enredo
Final de ano é igual fim de novela. Alguns morrem, outros fogem, alguns se casam e, com sorte, algumas mulheres ficam grávidas. E, entre vivos e feridos, estamos aqui, tentando continuar, tentando escrever, vencer (ainda não sei bem o quê), estocando comida para os dias de inverno e fazendo dieta para os dias de verão. A pergunta que permanece em mim sempre que um ano termina é: E aí? O que aprendi? Você já parou para pensar nas lições de casa que não fazemos? Nas quebradas de cara? Nas necessidades que nos regem e nunca nos protegem de estar, de vez em quando, meio de mal com tudo? Há lições demais e nossos cadernos não possuem tantas páginas. Penso desta forma e permaneço tentando viver um dia de cada vez. É de praxe que se escreva algo sobre o ano que está terminando, felicitando amigos pelas conquistas, desejando força, paz e saúde pra continuar. Eu não poderia deixar de escrever. Não poderia ficar de fora e silenciar. Não sei há quanto tempo o blogue afeto literário está ativo ou se sou eu quem estou na ativa. Sei que escrevi muitas coisas e pude compartilhar com pessoas de vários lugares e diversas opiniões. Ingenuidade dizer que aprendi algumas coisas? Ingenuidade dizer que faço questão de não aprender outras? Há coisas que faço questão de não aprender. Não quero me tornar certa ou exata feito relógio suíço. Não pretendo escrever centenas de livros ou passar a vida inteira trancada e lendo histórias. Quero viver. Assim como você. Assim como a mais simples pessoa que mora onde não mora ninguém. Sempre penso nestas pessoas. As esquecidas, as tristes, as envelhecidas. Que seja por sofrimento ou qualquer outro motivo. Penso nas pessoas que perderam familiares e sofreram. Pessoas que perderam suas casas ou seus motivos para continuar acreditando. Penso na senhora que viu sua neta morta em um terreno baldio (desagradável, não?). Mas é a vida. Novela a cores que não diz o lugar exato em que o raio irá cair. Mas ele cai. Com ou sem fé em Deus, estamos todos no mesmo barco. E que não sejamos náufragos de sentimentos. Que saibamos aceitar o que há de vir. Aprendi que não posso dar passos tão grandes. Aprendi também a quebrar a cara com mais elegância. Porque não deixo de ser gente e sonhar e ainda querer sentir o que nos é humano. Vou continuar errando, escrevendo, lendo, vivendo? A resposta é sim. Ou não. Porque todos nós iremos continuar. Até os que partem também continuam. Em lembrança ou memórias. Como em final de novela. A vida continua e surge a história seguinte. A gente não estanca.
Feliz Tudo.
E desejo paz de colher cheia
E toda felicidade clichê
Que é pra todo mundo saber que ser clichê é bom.
Beijo para todos.
Comentários
Clichês são vazios quando são pur blablablá.
Mas com tanta doçura envolvendo, parece encantador!
"Eu vou dizendo na sequência bem clichê, eu preciso de você"
Skank - Balada do amor inabalável
Meu amor por vc é inabalável e eu preciso sempre de vc, Lelê! :P
Feliz (mais um ano) 2011!
Dentre outras coisas, devo agradecer a 2010 por conhecer seus textos e ter contato com você.
Feliz 2011, com muita saúde e sucesso!
Abraços
Roberto.
[Drummond]
Feliz Ano Novo, Letícia Palmeira.
Tudo Feliz pra você também, escritora!
* e viva o praxe , o clichê e o afeto diário que trocamos como figurinhas: você escreve e a gente lê. Amor correspondido.
2011 na área.....eba!!!!!
Neusa
Estamos todos juntos. E há de dar certo o tempo que vem.
Beijo pra vocês todos.
beijo,Letícia