escambau











Sábado. Ou será domingo? 
Ainda não se sabe,
porque, acima de tudo que é dito,
a sempre algo a ser definido.

 (questão)




Não há mais estórias e histórias. Tudo é com H. Que seja verdadeiro ou falso, não importa mais a letra do alfabeto, tudo é o que é e não há mais jogo de esconde-esconde. Estou tentando colocar isto na cabeça há mais de (quantos anos?). Um dia você está pulando de alegria e, no outro, sem ver nem por que, você está se lastimando. Será que nos tornamos bipolares (algo que, inclusive, me leva ao fato de que todo mundo que age estranho hoje em dia se diz bipolar)? Vamos parar com esta coisa de dar nomes aos bois que nos rodeiam. Não aguento essa de bipolaridade. Ou é sol ou é chuva. Não há meio termo ou metade do caminho. Bipolaridade é coisa séria e se soubéssemos o que sente alguém que realmente sofre deste mal, calaríamos nossas bocas. E por falar em bocas, muitas falam. No entanto, é tanta promessa inválida que ainda me indago: será que alguém ainda cai nessa conversa? Eu caio. Tu cais. E ele, provavelmente, cairá. É tudo questão de verbo a conjugar. Assisto jornal, tento até me ater às novelas, porém a vida real ainda é a história mais ilusória que encontro para bordar meus enganos e construir um castelo de areia enorme no meio do oceano. Rimou? Pois é. Tudo rima, até que se prove o contrário. Estou falando de tudo e de nada porque a vida que me rodeia vem veloz e diz, em tom altivo, que cair na armadilha do inimigo é mil vezes mais belo do que se tornar alvo de mão amiga que lhe empurra para o abismo. Mas o que isto tem a ver com novela? Nada. Ou tudo. Estou na época das dúvidas explícitas que escorrem de minha língua. Eu falo sozinha e me interrompo em meio a minhas indagações. É tanto ‘por quê’ e ‘para quê’ que sequer tenho espaço para meus interrogatórios internos. Pensei que um dia eu iria largar desta mania de me fazer tantas perguntas. Eu estava enganada. A cada dia eu me torno mais e mais interrogativa. E sempre me coloco no lugar do outro para entender os motivos. E não é que entendo? É sempre mais fácil ser sacana do que ser verdadeiro. Assim como é mais fácil viver da mentira e ainda acreditar nela. Tudo isto tem a ver com novela. Ou não. Ainda confusa (odeio esta palavra) encerro esta ladainha que intitulo de escambau. Porque realmente não sei a que veio. Mas veio. E não me atrevo a não falar quando o nó aperta. Não estou ferida. Você também não está. Mas é preciso estar alerta e, no fim de tudo, sorrir de olhos abertos a esperar, morrendo de medo, que a sacanagem plantada por você retorne a quem veio.





Escambau é tudo que escondemos sob o tapete.

(enfim)









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