nunca estivemos tão loucos










Creio que isto não seja novidade. Na idade média, sem dúvida alguma, havia mais loucos que hoje em dia. Porém, a loucura era diferente. Não comparo. Sigo em frente. Tenho roupas para dobrar e ligações a fazer. Paro para escrever e falar do que me enlouquece. De tarja preta. De ficar besta. Hoje cedo fui ao centro. Fumantes se aglomeram e conversam como bandidos encurralados em uma cela. Na cena, uma senhora se aproxima e diz que fica puta com as coisas deste mundo. Concordo. Eu vivo puta. De ira. De ódio puro. Mas finjo sorrir para não agredir gregos, troianos e amigos mais diabólicos que o próprio diabo em carne e osso. Estamos todos loucos. Crianças se vestem como adultos. E beijam na boca. Talvez seja questão cultural. Por bem ou por mal. Senhor vendendo água para bancar natal em casa e mulheres calçam saltos altos para esbanjarem suas bundas de nenhum quilate. Perdoe meu machismo. Não era isso que eu queria dizer. De embargo, estou até o talo de minha paciência. Não fale para não incomodar. Aja de acordo. Proibido pensar. No carro, porque sou cria da classe dos idiotas que não gostam de ônibus, ouço música e observo pessoas que passam. Música bonita. Rima boa para o cenho franzido do guarda da esquina que não caça ladrão, pois o homem não corre em vão. Leio de tudo. Coleciono, em meus olhos, múltiplos outdoors que mentem. Roupas para o fim de ano. Fé para o fim do mundo. Depois das eleições, ninguém parece o mesmo. Todo mundo optou por um posicionamento. Eu não ouso. Tenho medo de absurdos e ouvidos moucos. Mas acredito que haja uma folga neste estouro de coisa ruim que nos acomete. Um sorriso verdadeiro, uma mão que afague sem engano e um beijo na boca que não seja por interesse i(mundano). Tudo irá melhorar. Com paz e ferro. Esperemos em pé para seguirmos a tropa com o nosso caminhar histérico. Não quero parecer apocalíptica. E nem sou. Sou apenas uma a mais na estatística. E pago muito caro para ser enganada pela mídia. Amém. 










Comentários

Luis Eme disse…
felizmente não és apenas mais uma.

és uma "olhadora" do mundo...

um mundo estranho. Mas não somos todos estranhos?

deixo-te aquele abraço, Letícia.
Bruno Oliveira disse…
Sempre fomos loucos! É que hoje as coisas estão mais as claras, na cara ou na fuça imediata. Também tô afim de mandar tudo à merda. Aporrinhações demais! Gostei do texto. :)

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